O ozônio é mesmo uma molécula fascinante, que melhora as condições de vida de seres-vivos quando utilizado de forma correta. Uma aplicação muito interessante é o uso em aquários.
Mas o que o ozônio pode fazer num aquário?
Primeiro, é preciso entender que o aquário deve ser considerado um universo, cujo equilíbrio ecológico é fundamental para proporcionar a sobrevivência dos peixes. Assim, é preciso levar em conta os aspectos relacionados as espécies (tamanho dos peixes, alimentos, exigências biológicas, temperatura) e a qualidade da água, que é o elemento primordial no aquário. Da qualidade da água, depende muito a vida no aquário.
É sabido que a água clorada não é muito bem aceita pelos habitantes dos aquários e uma das alternativas para manter a qualidade da água é o uso do ozônio. Nos aquários, o ozônio apresenta as seguintes vantagens:
– Não deixa resíduos: o ozônio dissolvido na água decompõe-se rapidamente a oxigênio, que é uma grande vantagem nos aquários.
– Oxida as cloraminas: o ozônio elimina os efeitos maléficos do cloro colocado na água de abastecimento público.
– É desodorizante e descolorante: o ozônio torna a água límpida e transparente, além de eliminar qualquer odor desagradável.
– Converte nitritos em nitratos: devido a capacidade oxidante, o ozônio quebra subprodutos dos peixes que são prejudiciais ao aquário. Em aquários de água salgada a amônia é oxidada para uma forma menos tóxica – nitrito e depois nitrato.
– Ajuda a manter o pH da água: devido todas as ações já mencionadas, o ozônio auxilia o controle do pH. A maioria dos peixes de aquário preferem pH 6.6 a 7.2, e o uso ozônio facilita a obtenção desse pH.
É importante saber a dose que se utiliza no aquário. Uma dose excessiva pode prejudicar a vida no aquário, portanto é preciso ter controle exato da dose que se utiliza e da forma de aplicação.
A quantidade ideal de ozônio varia de aquário para aquário e depende uma série de fatores: o volume de água a ser tratado, as espécies do aquário, o fluxo de água, a quantidade de dejetos na água, a densidade de peixes, o tipo de filtragem biológica e os equipamentos adicionais em uso.
Um exemplo recente do uso de ozônio em aquários é o River Safari, o mais novo empreendimento do Wildlife Reserves Singapore Zoo. Será o primeiro parque de vida selvagem que terá água e espécies de oito rios ao redor do mundo – Mississipi, Congo, Nilo, Ganges, Murray , Mekong, Yangtze e Amazonas. Aproximadamente 4500 metros cúbicos de volume de água e mais de 300 espécies farão parte do aquário. O desafio é manter a qualidade da água e prevenir contaminação cruzada. Além das técnicas convencionais, o aquário utilizará o ozônio como parte do tratamento da água, que prevê também a reutilização da água.
Além da aplicação em aquários, o ozônio pode ser utilizado na criação de ostras em viveiros com água do mar, prática comum na na França e em outros países. Além das ostras se desenvolverem muito bem em água ozonizada, pelo poder bactericida do ozônio, elimina-se o risco de contaminação e transmissão de doenças pela ingestão de ostras cruas.