O declínio do desempenho reprodutivo em vacas leiteiras tem sido amplamente relatado desde meados da década de 1980. O refluxo vesico-urinário, também conhecido como Urovagina é uma condição patológica caracterizada pelo acúmulo de urina na porção cranial da vagina resultando em vaginite e endometrite, dependendo da gravidade do caso, o que impacta diretamente na saúde e fertilidade das vacas em todo o mundo.
A cirurgia, o tratamento mais conhecido até então, não é economicamente pragmática para a prática de laticínios e tem algumas desvantagens médicas.
O objetivo do estudo de Zobel et al. (2012) foi determinar se os problemas reprodutivos associados à urovagina podem ser aliviados por meio de opções de tratamento mais práticas e menos invasivas, como a Ozonioterapia, para permitir uma concepção bem-sucedida e uma gravidez a termo.
Para a realização do estudo, vacas diagnosticadas com urovagina (n = 1219) foram divididas em três grupos de tratamento, cada um contendo um número igual de vacas com urovagina leve, moderada e grave. Os grupos receberam uma das três opções de tratamento: solução salina (grupo A, n = 400), estreptomicina (grupo B, n = 400) ou ozônio (grupo C, n = 419), independentemente da gravidade da condição de urovagina dentro do grupo.
O tratamento com ozônio mostrou-se a modalidade de tratamento mais eficaz, resultando no menor período de dias abertos (95, 89 e 79 dias nos grupos A, B e C, respectivamente; p < 0,05), o menor número de inseminações até a gestação (2,38, 1,84 e 1,63 nos grupos A, B e C, respectivamente; p < 0,05) e o menor número de vacas descartadas (20, 23 e 12 nos grupos A, B e C, respectivamente; p < 0,05).
E suma, os autores concluíram que a lavagem com ozônio associado à inseminação intracornual apresenta uma opção de tratamento eficaz para a ocorrência de urovagina e que pode levar a concepções e gestações bem-sucedidas em vacas leiteiras.
Referência:
Zobel R, Tkalčić S, Stoković I, Pipal I, Buić V. Efficacy of ozone as a novel treatment option for urovagina in dairy cows. Reprod Domest Anim. 2012 Apr;47(2):293-8. doi: 10.1111/j.1439-0531.2011.01857.x.
Sem comentários